domingo, 27 de outubro de 2013

Quem economiza sempre alcança - Parte III - Comprar ou alugar?!

"O sonho da casa própria"

                          "Minha casa, minha vida"

"Quem casa quer casa"

                           "Vai casar? Financie logo um apartamento".


     Nada contra nenhum desses clichês. Mas acho que alguns pontos devem ser avaliados. Até onde tomamos a decisão de comprar o primeiro imóvel assim que casamos, ou até mesmo, como parte preparatória do casamento por uma questão cultural ou por uma decisão financeira acertada?!
         Essa era uma decisão muito comum no tempo de nossos pais. Será que hoje ainda seria um bom negócio?! Eu vejo algumas desvantagens.
         No inicio da vida conjugal o mais comum é que a renda do casal ainda seja baixa. Assumir um financiamento significa comprometer cerca de 30% da renda, por um longo período de tempo. Não condeno o financiamento, acho que muitas vezes é a opção viável, e que apesar de pagarmos um valor muito maior do que o valor do imóvel isso é justificado pelas facilidades como o longo prazo. Mas é que é nessa fase da vida que aparecem as melhores oportunidades e estar, de certa forma, preso a um imóvel pode comprometer algumas decisões.
         Se vamos financiar um imóvel, sabemos que vendê-lo em pouco tempo não é um bom negócio. Muito do que pagamos no começo só se refere a juros. Então o ideal é decidir pela moradia das próximas décadas, ou seja, a casa onde morar e criar seus filhos... ou seja... uma casa com dois, três quartos... em uma fase onde vocês só precisam de um quarto! Já dá pra perceber alguma coisa?! Se estivermos dispostos a crescer financeiramente, essa seria a fase de morar num imóvel menor, só são duas pessoas, precisam de pouco espaço e assim podem economizar mais. Mas compramos a casa onde vamos criar nossos filhos, e temos que mantê-la desde agora. Será que alugar um imóvel menor, por dois ou três anos não seria sensato pra esse começo?!
         Ter parte assim do orçamento do casal comprometido deixa-os limitados para imprevistos, e mais susceptíveis a recorrer a empréstimos, e taxas de juros mais altas. Limita também as opções de lazer, e de bem estar. Também fica mais difícil aceitar aquela excelente oportunidade de emprego que exige uma mudança de cidade ou estado. Fica complicado encarar aquela proposta de investimento para abrir seu próprio negocio.
         Outro ponto a ser levado em consideração é a localização. O lugar onde quero a casa da minha família é um bom bairro, tranquilo, seguro, bem localizado. Mas o casal precisa mesmo disso desde o começo? Ou é uma boa fase pra fazer um esforço, e morar, por exemplo, mais perto do trabalho e assim economizar com combustível, facilitar com horário de almoço, etc. Quem sabe até não precisar nem ir de carro... só de pensar nessa economia, de ficar sem carro, meus olhos brilham!!! Hehehehe
         Consegui deixar claro alguns dos meus motivos para optar pelo aluguel?! Não é pra vida toda, mas acredito que assim o casal tem mais flexibilidade nessa fase onde devemos esperar as mudanças mais “quentes”, e melhores oportunidades de melhorar a renda. Assim, ter mais condições de formar um patrimônio e escolher melhor sua casa.

         Agora, pra não me estender tanto, deixa só mostrar alguns números que vi no livro: “Casais inteligentes enriquecem juntos”.

è Você recebeu de herança uma casa avaliada em R$100.000,00

Opção 1: vender a casa, e aplicar a 1% ao mês, que rende R$1.000,00 ao mês.
Opção 2: ficar com a casa, alugá-la, por 0,8% do valor do imóvel (R$800,00), sem contar imposto de renda e riscos como não receber o aluguel, manutenção, etc.

         Alguma dúvida sobre qual a melhor opção?! Claro que a Opção 1! Se pro dono da casa, é ruim alugar, pro inquilino é um bom negócio, concorda?! Assim se você tiver R$100.000,00 invista, pegue o rendimento de R$1.000,00, pague aluguel de R$800,00 e ainda faça um passeio com a diferença ehhehe

         Mas se você não tem R$100.000,00, só resta o financiamento, certo?! Calma. Vamos como o “Jack, O Estripador”... por partes!
- Se à vista o imóvel custa R$100.00000, num financiamento de vinte anos, com juros a 1% mais inflação, a prestação deve ser R$1.101,09;
- Se você alugar um imóvel de mesmo padrão pagará R$800,00 de aluguel.
- Se poupar a diferença de R$301,09, durante vinte anos, a 0,6% ao mês, acumulará R$160.710,50.

è Se depois de 20 anos de poupança, você parar de poupar esse valor de R$301,09, e deixar o dinheiro que acumulou ao longo desse tempo ainda rendendo, terá uma renda mensal de R$964,26, que é dinheiro suficiente pra alugar um imóvel novo de R$100.000,00, crescer o patrimônio, e não sofrer com a depreciação do imóvel que seria próprio.

É fácil?! Não, não é fácil . É beeeem difícil. Mas é preciso disciplina, e inteligência, dedicação e responsabilidade. Se tiver peito pra encarar a construção da casa própria depois de poupar, vai conseguir uma economia de 40%.
Sou muito a favor da compra da casa, e quero sim ter a minha. Mas antes de encarar um financiamento “pelo pé”, pretendemos economizar pelo menos 30% do valor, e esperar uma oportunidade de um imóvel em boa localização e que tenha uma boa perspectiva de valorização. Essa é a nossa meta. Podem acontecer imprevistos, mas seguimos tranquilos, sabendo que estabelecemos uma meta e trabalhamos muito para conquista-la.


         Espero ter conseguido pelo menos despertar a curiosidade. Leiam, estudem as propostas, analisem com calma. Não tomem decisões por impulso e muito menos por questões culturais. Se não consegue poupar de forma alguma, vai ter mesmo que pagar mais taxas e mais juros. Mas você não pode pelo menos tentar, tentar agir de forma mais sensata com relação ao seu dinheiro???! Eu acho que todo mundo pode, deve.


                                                                                              É isso. =)






Minhas fontes, que super recomendo, com linguagem simples, bem didática:

- “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos” do Gustavo Cerbasi ( essa parte dos número praticamente copiei desse livro, porque achei fantástico);
- “Os Segredos dos Casais Inteligentes” – também do Gustavo Cerbasi.