sexta-feira, 3 de abril de 2015

Trombofilia e o sonar! Que susto!

          Acabo de ler o post anterior pela milésima vez e continuo a me emocionar! Assim tem sido os últimos meses: emoções, sustos, medos, ansiedade, projetos... tudo de forma inédita!!!
          Quem me conhece sabe que eu sou super fã da internet, sempre pesquiso, busco informações, e consigo com ela tirar grande parte de minhas dúvidas. Mas também eu sempre soube que pra busca, principalmente dependendo do assunto, é muito importante boas fontes, senão a gente surta com as divergências.
          A pesquisa que inventei de fazer foi sobre trombofilia: um problema relacionado a coagulação sanguínea, na maioria das vezes vem de problemas genéticos (algumas opções de mutações em genes), como também ( e isso eu soube a pouco tempo) pode ser adquirida por uso prolongado de anticoncepcional e até mesmo por estresse. Essa curiosidade pelo tema veio pela situação de duas amigas: uma sofreu um aborto a pouco tempo e em busca de encontrar uma justificativa foram solicitados exames para saber sobre trombofilia. De todos os exames um deles deu alterado e o ginecologista associou essa alteração a presença de trombofilia e então causa do aborto (depois, segundo a hematologista, não é bem assim. Só essa alteração não é confirmação e são necessárias outras etapas. Mas isso só soubemos depois). Outra amiga, acompanhada por uma médica que pede esses exames como rotina (o que é bem raro), identificou nela e sua gestação teve que prosseguir com repouso e uso de injeções diárias de heparina (anticoagulante). Ainda nas lidas na internet vi que mães perdem uma, duas até três vezes seus bebês e só depois desses abortos consecutivos é que os médicos investigam a presença de trombofilia.
          Sabiamente o que pensei?! E eu vou esperar perder meu bebê pra investigar?! Quero fazer os exames agora. Fui lá, conversei com o médico, ele explicou que a gestação estava correndo bem, que eu não tinha nenhum histórico na família, que não havia então necessidade. Minha insistência o convenceu pelo cansaço e ele prescreveu. Depois, lendo mais, entendi que a interpretação dos exames é complicada, facilmente direcionada para falsos resultados, e muitas vezes só causa nervosismo na mãe (eu que o diga). Vários dias úteis depois vou buscar o resultado e um deles precisaria de recoleta. Recoleta. A "neurose gravídica" só me levava pra um pensamento, de que tinha sido positivo, e a recoleta era pra uma confirmação. Já a minha experiência dizia que a amostra poderia ter sofrido alteração no transporte até o lugar da análise, que a quantidade de sangue podia não ter sido suficiente, ou qualquer coisa assim; Claro que a neurose sempre fala mais alto até ensurdecer nosso juízo. 
          Depois de dois dias era dia de consulta. Tudo passado pro médico, ele quis nos acalmar e orientou fazer logo a recoleta, mas que achava que não ia dar nada demais (e de fato não deu, mas isso só soubemos dias e dias depois). E também solicitou que fizéssemos uma ultrassonografia só pra confirmar que estava tudo bem. Pra finalizar ele foi tentar usar o sonar pela primeira vez pra ouvir os batimentos cardíacos do bebê. Cadê?! Não ouviu. Só o fluxo sanguíneo. Pronto meu desespero se completou. Mesmo já tendo lido que era muito cedo pra ouvir com sonar, que nessa fase era bem difícil porque ainda era muito pequeno, o fato de ter sido a na mesma semana da recoleta fez meu chão sumir. E depois saber que esse mesmo exame, foi o que deu errado naquela amiga que tinha perdido o bebê;
          Fomos pra casa, já era noite, não podíamos fazer nada a não ser esperar. E chorar. Chorei, chorei copiosamente. Ele também. Choramos juntos, sem ter coragem sequer de pronunciar o nosso medo. Chorava até as lágrimas secarem, e a barriga doer. Chorava até começar a rezar e me perder na oração. Me contorcia de dor, não física, emocional. Medo, muito medo. E no outro dia logo cedo pulamos de clinica em clinica tentando encontrar alguma que fizesse uma ultra de encaixe, em pleno sábado. Nenhum. Na ultima, quando o recepcionista disse "não", eu não aguentei. Tive outra crise pesada de choro ali mesmo. O rapaz ficou nervoso, pegou agua, falou com a médica e conseguiu o encaixe.
          Os minutos de espera foram uma dura eternidade Alívio de ter conseguido o encaixe, medo do que poderíamos ver. De repente, cada um quietinho na sua, nos pegávamos pensando como seria se tivéssemos uma notícia ruim. E ao mesmo tempo não dava pra se admitir pensando nada assim. No meio de toda agonia... o trecho da música veio com muita força dentro de mim "Deus te trouxe aqui, para aliviar o seu sofrimento. Ele é o autor da fé, do princípio ao fim, de todos os seus tormentos." Ele me levou ali e essa certeza me invadiu, meu coração aliviou, respirei fundo e minha vez chegou. Muito incrível como nesse momento eu sabia, que Ele me livraria desse tormento, e eu teria boas notícias. A médica que nos atendeu, assim que encostou o aparelhinho na barriga, afirmou com convicção "O coração está batendo, e muito bem, por sinal". 
          Alívio, fé, agradecimento, choro, risadas, tudo ao mesmo tempo tomou conta da gente, e vencemos mais essa. 
          Saímos de lá sorrindo à toa, felizes, irradiantes e com uma certeza: esse é só o começo. Nosso vida agora será cheia de fortes emoções, nosso desespero será sempre ao pensar que qualquer coisa pode acontecer com ele, nosso alívio será só quando soubermos que ele está bem. Somos pais, e isso deve fazer parte desse pacote louco.
                

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Casei... e... engravidei!

CASEI... E ... ENGRAVIDEI!

        Por mais esperada e planejada que seja uma gravidez, como foi a nossa, posso garantir, não alivia o turbilhão de sentimentos quando a segunda listrinha do teste de farmácia aparece. A primeira certeza é a de que algo está errado; "controle-se, não crie expectativas eufóricas". Pra quem é meio São Tomé como eu, a ansiedade toma conta, mas o pé fica sempre atrás até que todas dúvidas sejam tiradas. Então foi assim a confirmação...
        Os sintomas vieram em outubro, aquela TPM diferente, e a duvida... será?! Aí corre pro Beta, negativo. Em novembro os mesmo sintomas, calma, não se empolga que pode dá negativo de novo. Ok. Espera mais um pouco. Não passa. Faço o teste no domingo de manha, demora um pouquinho e a segunda listra aparece. Para o mundo, o que isso significa? Eu sei bem o que significa, mas até onde é confiável?! Conto ao marido, ao irmão, e tento levar o dia normalmente (mesmo com borboletas na barriga voando sem parar).
        Na segunda acordo praticamente já no laboratório pra fazer o Beta-HCG. Peço o quantitativo, para ser ainda mais preciso, caso o positivo se confirmasse. O danado do resultado só sairia as 18h, e trabalhar foi muito, muito difícil. Às 18h estávamos no laboratório esperando o resultado. Não aguentamos esperar mais nada e já abrimos o resultado a caminho do carro: 1726mUi/mL (acima de 50 é positivo). O chão sumiu dos nossos pés, não sabíamos o que fazer. Estamos grávidos. A felicidade não cabe na gente, e junto com ela um milhão de questionamentos que não sabemos nem por onde começar a falar. Vontade de rir, de chorar, de gritar, de sair correndo, de falar a todo mundo.... Mas, quietinhos fomos pra casa. Eu já tinha, por enorme coincidência, uma consulta marcada pro outro dia com um ginecologista, pra dizer pra ele que queria engravidar, e pedir orientações... pelo visto, pularíamos essa etapa na conversa. 
         Bem recebida e acolhida pelo médico (o que foi um enorme alívio), a  consulta foi um sucesso. Na quarta estávamos lá, de clinica em clinica atras de uma vaga pra fazer a ultrassonografia. Conseguimos. E lá estava... o saco gestacional...mas o embrião não. Que frustração. Que nervoso. Não era assim que eu imaginava, mas assim foi. A médica nos acalmou, e falou que pelo tempo de gestação, 5 semanas e 1 dia (e não 8, como o médico calculou a partir da última menstruação. Isso porque ela era bem irregular), era normal não ver o embrião, e que ele normalmente se torna visível na ultra com quase seis semanas. 
      Corre pra pesquisar na internet, tudo certinho o que a médica falou, mas também existia a possibilidade de uma gravidez anembrionária, e isso amedrontava demais. O médico solicitou uma nova ultra pra depois de 15 dias. Acalmados os pensamento medrosos, depois de ler várias mamães contando que também não viram seus bebês nessa fase, decidimos contar pra família e amigos mais próximo no fim de semana. 
        A sensação foi indescritível. O brilho no olhos, as lágrimas de emoção, o amor que transbordava de cada um deles nos deixou acolhidos, seguros e certos de que tudo daria certo. Já tinha dado. 
            15 dias depois estávamos na clínica. A médica olhou e falou: "Mamãe, você tem duvida se tem um bebê aqui? Olha ele que lindo, todo saudável, e com o coração batendo forte". Gente... minha boca parecia que ia rasgar do tamanho do meu sorriso. Ele apertava minha mãe com tanta força, olhava pra mim transbordando de felicidade, e vivemos ali os segundos mais incríveis até então. Ela aumentou o som, e aquelas batidinhas a 136bpm inundaram nossa alma, eu não conseguia me controlar e não parava de chorar. A médica dizia "Mamãe, você precisa parar de chorar pra conseguir ouvir"... Doutora, eu estou ouvindo, meu choro de emoção aumenta esse volume de uma maneira que não só ouço como sinto, sinto bater dentro de mim... e não tenho mais dúvidas. Temos um terceiro coração nessa casa. :)